2020 foi o ano do futebol feminino no Brasil. Claro que o país já tinha parado para acompanhar craques como Marta e Cristiano anteriormente, mas essa foi a primeira temporada em que as competições nacionais tiveram um maior destaque e conquistas relevantes dentro e fora de campo.
Há muito tempo esse assunto estava pedindo passagem e justo durante quando tudo parecia mais complicado por conta da pandemia que as meninas tomaram o protagonismo e o espaço no futebol brasileiro.
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) percebeu há algum tempo que devia dar uma atenção muito maior para o futebol feminino e começou a fazer isso em 2019, com a contratação da treinadora sueca Pia Sundhage para o comando da Seleção Brasileira feminina principal.
Em 2020 a CBF foi além e colocou mulheres à frente de cargos de direção na entidade. Aline Pellegrino assumiu o comando da coordenação de competições e Duda Luizelli se tornou a responsável por todas as seleções femininas. Esse é um passo muito importante para que a modalidade ganhe força e seja tratada como se deve.
Ainda durante esse ano, o Campeonato Brasileiro feminino ganhou muito mais destaque e foi acompanhado por torcedores como nunca antes. Isso se deve ao fato de muitos times tradicionais do nosso futebol terem começado equipes femininas e dado uma atenção de verdade pela primeira vez na história.
A dificuldade sempre fez parte do futebol feminino, mas o jogo está virando e vem uma grande goleada por aí nos próximos anos. Uma delas sempre foi a falta de estrutura e materiais adequados para treinamentos e jogos, que atrapalhava o desenvolvimento de jogadoras e do esporte como um todo.
A primeira parte está mudando com as equipes femininas dos grandes clubes treinando em CTs de alto nível e jogando em estádios com boas condições. A segunda, a respeito dos materiais, afeta as profissionais e amadoras, que nunca encontravam camisas, calções e chuteiras boas para o futebol feminino, tendo que usar opções desenvolvidas para os homens.
Atualmente já é possível encontrar uniformes personalizados para mulheres, feitos para o formato do corpo feminino e ajudando a melhorar a performance das jogadoras em campo. Isso tem ajudado também atletas amadoras, que agora se sentem mais incluídas e valorizadas.
Quem olha o escudo da CBF já está acostumado a ver as cinco estrelas que representam o futebol pentacampeão mundial, mas as coisas mudaram para a Seleção Brasileira feminina. Isso porque elas não vão mais jogar com elas, pois foram conquistas do futebol masculino.
Essa mudança aconteceu na temporada 2020 e veio para enaltecer as conquistas das brasileiras e toda a história que está sendo escrita e promete ser de muitas glórias no futuro.
Com um 2020 de boas notícias, a perspectiva para as próximas temporadas é de crescimento e consolidação do futebol feminino dentro do país e também em gramados internacionais.
O grande objetivo para 2021 é a conquista do ouro na Olimpíada de Tóquio – que foi adiada. A Copa do Mundo que acontece em 2023 ainda é um sonho mais distante na visão da treinadora da Seleção Brasileira, que prefere ser cautelosa nas promessas.
Nos campeonatos dentro do Brasil existe a expectativa da volta das torcidas aos estádios, principalmente depois de todo o engajamento e apoio recebido por muitas jogadoras durante o ano de 2020.